quinta-feira, 20 de março de 2025

Primavera


Já começou a primavera?

Eram as olaias em flor que anunciavam a chegada da Primavera.
Íamos várias vezes, ver a cascata de flores cor de rosa a desenvolver-se.
Registávamos as alterações da floração e gostávamos de nos sentar no banco em frente da "árvore deitada" e observar a azáfama das abelhas que bem sabiam que aquele banquete seria breve.
Eu gostava de me colocar dentro daquela "gruta" de paredes de flores, enquanto tu fazias fotografias, a distância segura das abelhas.
Quando eu apanhava do chão uma mão cheia de flores, já meio secas e as atiravas ao ar, tu rias e dizias que eu parecia uma criança.
E o teu sorriso e a ternura do teu olhar deixavam-me tão feliz!






O ano passado, o tronco ramificado da "olaia deitada" parecia ter braços a querer acolher-nos.
Foi a última vez que vimos as olaias em flor.

Fotografia de março de 2024 quando a nossa vida parecia quase normal...
Daí a alguns meses tudo se desmoronou!
 Partiste no outono e nem me apetece olhar as flores...
Este ano não vi as olaias em flor.
Seria ainda mais doloroso, 
estar nestes locais onde fui tão feliz contigo 
e que agora estão longe.
Mas estás sempre presente nas minhas recordações!
Amo-te para sempre!

Olaias em flor de outras primaveras

Mena


quinta-feira, 13 de março de 2025

Amendoeiras



Faz agora um ano, as amendoeiras estavam em flor.

É a luz dos nossos olhos e a luz dos olhos de quem amamos, e partilha connosco os olhares, que torna especiais os lugares.

Essa partilha de olhares contigo tornava tudo mágico.

Momentos que nunca mais se irão repetir.

Não sei se as amendoeiras estão em flor.

Estou muito longe dos amendoais e das amendoeiras da berma dos caminhos.

O vento lá fora sopra forte e zangado.

Das nuvens caem lágrimas grossas e frias que se juntam às minhas lágrimas.

A cor cinzenta envolve-me em tristeza.

Tristeza e saudades que me doem desde que tu partiste no outono.




Mena

terça-feira, 4 de março de 2025

Pôr do sol



Saudades de estar ao teu lado à espera do pôr do sol...
Não era apenas um dia que terminava
Era o anunciar de um novo amanhã
Um ciclo que se cumpria no enlaçar do dia com a noite
A esperança de que teríamos um novo dia juntos...

Saudades de momentos tão felizes!

Partiste num dia de outono 
Já era noite escura
Tu eras a minha Luz
Nunca mais voltei a estes locais. 
Mena

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Para Ti!

 


Partiste há quase quatro meses!

Este tempo sem ti 

é um tempo de dor sem fim...

Saudades de ti!

Saudades de nós!

A vida é tão frágil e breve...



Saudades do que vivemos juntos e do que não vivemos mas idealizámos. 

Um tempo num futuro que nunca chegou para nós.

Dentro de mim há uma grande mágoa e uma incompreensão.

Não  entendo este entrelaçar entre a vida que me restou e a morte que te levou.

E fico à espera de nos encontrarmos, mesmo que seja só em sonhos.

 Mena



domingo, 5 de janeiro de 2025

Reflexos

                            


    Entre a realidade e o reflexo, 

estamos presos por um fio.

E o fio que nos prende à vida, 

é tão frágil...

Parte-se sem esperarmos,

leva-nos quem amamos!

Desde que partiste,

deixei de viver na realidade

 sou apenas um reflexo...

Olho as nuvens

A água do lago

Grito o teu nome ao vento

E se as minhas lágrimas tivessem som 

ecoariam nos caminhos ainda vestidos

 com folhas secas do outono 

que não chegámos a viver!

Estarás sempre nas minhas memórias e no meu coração.

Sempre, para sempre!




Saudades de ti!

Saudades de nós!
Mena


terça-feira, 24 de dezembro de 2024

Saudades

Outros Natais

 

Recordações de quando fomos com o nosso netinho ver as iluminações de Natal.

O avô levava o netinho ao colo, para que protegido da chuva visse melhor as luzes que iluminavam aquel
a noite de inverno.


Há pouco tempo, o avô partiu numa viagem que todos faremos um dia!
E o netinho diz que o avô está nas estrelas a olhar por nós...
Estarás sempre connosco porque o Amor é mais forte que a morte. 
Mena

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Rosas

Rosas




 No nosso quintal há duas roseiras com mais de cinquenta anos!
Tratavas delas com tanto cuidado. 
As rosas cor de rosa enchiam de cor as velhas roseiras, durante quase todo o ano.
Frequentemente vinhas do quintal e trazias uma rosa que me oferecias com um sorriso e tanto carinho no olhar e na voz.
Gestos simples mas que nos faziam felizes e que guardo na minha memória com muita saudade e lágrimas de dor da tua ausência.
A tua morte nunca  apagará meio século de vida partilhada com tanto amor e cumplicidade. 


De uma estaca da roseira antiga cresceu uma nova roseira  que cuidavas com enlevo.

As rosas que me oferecias com tanto carinho eram um presente valioso!










Mena