quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Janeiro



Fim de Janeiro

Janeiro  adormecido,  árvores  enregeladas  na  madrugada  deserta.
O  deslizar  furtivo  de  um gato  namorador, corta  a  solidão  da
pracinha.
Um  vento  cortante  agita  os  ramos descarnados das  árvores.
O  mais  absoluto  silêncio sepulta  a  cidade  na  cal  esmaecida  das paredes.
Na  esperança  de  mais  uns  momentos  de luz, o  mês  corre  para  o fim.
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Texto: Maria Carolina Terra








quarta-feira, 30 de janeiro de 2019


Tragédia em Brumadinho


Dói-me  o lado  esquerdo  do  peito.
Por  dentro  não  deixa  de  correr o  lamento intenso  e dolorido  da
jovem  pataxó, olhos  rasos  de  mágoa  olhando o   rio turvo   do  vermelho
ferruginoso, a  correr  sereno  e  indiferente, pela  aldeia  índia
aconchegada    às   suas    margens.
Que  vai  fazer  o  povo  da  aldeia  sem  a  água  que mata  a  sede,
banha  os  corpos, alimenta as  plantas  e  os  animais  ?
Como  vão sobreviver no  rescaldo  do  mar  de  lama que  desce  inexorável,
indiferente a  tudo  o  que  consome ?
Mais  longe, Brumadinho desapareceu   na  voragem do  desabar  da
barragem,  mal  construída, mal  conservada, mal  vistoriada...
Centenas  são  os  mortos e  mais  serão  na  senda  dos  desaparecidos que
as  buscas  desvendarão  como  mortos  também.
Feito  o  luto, voltarão à  labuta  dos horas, à  azafama  dos  dias em
outra  povoação  mais  aqui ou  mais  ali  na  área da Vale  onde subsistem

Da  aldeia  pataxó pouco  se  irá  sabendo  no  descaso  dos dias, na
voragem  das  decisões. 

A  Vale,  que  já  foi  Vale  do  Rio Doceprivatizada  desde  1997, 
mais  interessada  está  em ir  atrás  do prejuízo, 
de  manter a  exploração  ao  nível  do  lucro  que  nunca  parece
bastante  a  quem  recebe  dividendos. 
Às  vezes, perdendo  o  olhar  na  lonjura  do  campo  alentejano  fico  a
pensar  o  que  fará esta  gente  às  montanhas  dos  lucros  que  vão
acumulando.
Na  certeza  que  ao  fim,  a  todos será  destinado  num  local  qualquer 
"sete  palmos  de  terra  e  um  caixão " na  voz  serena   do  poeta.
Não  há  nada  mais  democrata  que  a  morte.


Texto : Maria Carolina Terra


sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Janeiro

Janeiro na cidade



No sereno  silêncio  das  manhãs  o  sol  inunda  a  cidade  de luz  e esplendor.

Um  verão  anunciado   por  sobre  a  teimosa  resistência  das  folhas mais  que  amarelas  das  árvores  enregeladas  do   largo.

Ainda  não  houve  um  sopro  de  inverno  que  as  fizesse  tapete  breve no chão.
Mais  dados  aos  ritmos  da  natureza  os  plátanos  do jardim .

De  há  muito  acumulam  e esvoaçam  as  belas  folhas  caídas  sobre  a relva,  o  alecrim  e as pedras  frias  da  muralha .

Texto: Maria Carolina Terra














quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Janeiro


Janeiro

Nem  a  sombra  de  uma  nuvem  a perturbar  a imagem  de um  céu  azul  a perder  de  vista. 
Nem   uma  gota  se  adivinha  no  silêncio  frio  das  manhã.





Corre  na  brisa  agitada  das  manhãs  a  angústia percebida  na  lenta descida  da água  por  barragens e açudes  e  charcas e  poços  fundos.




Entre  o  campo  e  a  cidade  corre vazio  um  rio  de  indiferença...


Texto: Maria Carolina Terra

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Azenhas do Mar



A aldeia Azenhas do Mar fica no cimo de uma falésia, a cerca de 14 quilómetros de Sintra e tem na base uma  praia  na qual existe uma piscina oceânica.

Esta é uma das paisagens mais fotografadas em Portugal e que faz parte de quase todos os roteiros turísticos. A vista da aldeia, a partir do miradouro, é muito interessante  mas vá preparado para a ventania que se faz sentir quase todos os dias, independentemente da estação do ano... 


Os fotógrafos espalham-se ao longo da falésia, ultrapassando o perímetro de segurança,  em busca da fotografia perfeita!






Nas falésias instáveis, há ainda  restos da vegetação natural mas as plantas invasoras, como o chorão das praias, estão a colonizar quase toda esta zona litoral.





domingo, 6 de janeiro de 2019

Borboletário

Borboletário de São Domingos de Rana

  
O borboletário fica situado no Parque Urbano de São Domingos de Rana (Cascais).
 Está aberto de Março a Setembro e a visita é gratuita.
O espaço do borboletário é  uma estrutura em madeira e rede que faz lembrar um casulo.

 Na sala de entrada e no interior há vários painéis elucidativos sobre as espécies de borboletas que pode encontrar no interior, num pequeno jardim. 








É agradável estar sentado, a descansar  (isto para maiores de sessenta),  enquanto as borboletas voam livremente entre plantas de várias espécies que lhes servem de alimento. 






Não se admire se alguma borboleta lhe pousar na mão ou na roupa! Quando a borboleta do medronheiro pousou na minha mão foi uma sensação muito especial ! 

Esta borboleta "Malhadinha" andou meia hora  a passear nas costas do Rui, achando que a camisa dele era um jardim exótico!

Já visitámos este borboletário várias vezes mas os melhores dias para visita são os dias bem quentes e com sol em que as borboletas estão mais activas. O borboletário tem várias actividades pedagógicas. Procura chamar a atenção para a importância das borboletas e dar a conhecer algumas das espécies de borboletas de Portugal. 
Mas, embora importante, é um espaço fechado e é bem melhor ver as borboletas a voar nos campos e jardins.



Depois da visita ao borboletário sugerimos um passeio pelo parque urbano que tem cerca de 2 ha.
Há espaços relvados, sombra acolhedora de várias árvores,  um interessante café onde também  servem refeições e até um pequeno lago…

É um espaço muito agradável.


Mena e Rui