Fim do Inverno no Parque
No início da semana passada já havia grande agitação provocada pelo coronavírus e nós, a caminho dos setenta, já sabíamos que mais dia menos dia, ficaríamos resguardados em casa.
Agora que isso já aconteceu, recordamos um passeio no parque feito há poucos dias.
As plantas, indiferentes às preocupações dos humanos, acordavam do seu sono invernal e já se davam ares primaveris.
As cerejeiras-de-jardim estavam cobertas de flores ou já vestidas de folhas.
As olaias em plena floração, vestidas de cor-de-rosa, antes de serem salpicadas pelo verde das folhas.
Os choupos, de raízes espalhadas pelo solo, estão a acordar e brevemente ficarão cobertos de folhas.
O enorme sobreiro lá vai resistindo de pé a uma morte aunciada.
As flores dos trevos salpicavam de branco ou amarelo o verde das folhas.
Um vento suave espalhava as sementes do dente-de-leão.
Encontrámos linárias em flor. Estas plantas com um ar frágil foram uma preciosa descoberta. Nunca as havíamos encontrado no parque.
No meio do verde da folhagem das ervas que cobrem o solo, o grito vermelho de uma papoila em flor.
Como um sinal de alerta.
Voltaremos ao parque ainda a tempo de ver a Primavera.
Assim esperamos...
É muito difícil combater um inimigo que é invisível aos nossos olhos.
Não se vê, não se sabe onde está e por vezes não provoca sintomas.
Cada um de nós pode fazer uma pequena parte para se proteger e proteger os outros.
Ficaremos em casa e pensamos nos familiares, que estão mais perto ou mais longe, com muitas saudades e um aperto no coração.
Mas também com esperança de os voltar a ver e abraçar num futuro próximo!
Para todos os familiares, amigos, conhecidos e desconhecidos, os desejos de que estejam bem.
Para todos os que estão a trabalhar em diferentes áreas, MUITO OBRIGADA!