quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Mar

Tenho saudades do mar!



"Na neve mais pura escrevo
As saudades do meu mar:
Tenho saudades da areia
Branca de neve ao luar.



Tenho saudades do vento
Que sopra breve, indeciso,
Leve como um pensamento
Do céu azul, calmo e liso."
... ... ... ... 
Mar Impossível (Camané)


Mena


quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Pandemia

Em tempo de pandemia

Passou quanto tempo desde o último post?
Já nem sei bem...
Já comecei e recomecei este várias vezes!
Os dias demoram a passar mas os meses passaram depressa!
Como o mundo mudou!
O tempo tem outro tempo de ser vivido.
Era absolutamente impensável o que está a acontecer e não me lembro que algum astrólogo, tarólogo ou outro lógolo, tenha previsto tal pandemia para o ano de 2020.
Parece que há um ou dois eleitos que falaram que um destes anos iria aparecer um  vírus que tal e tal...
Embora situações semelhantes já tenham acontecido na história da humanidade, ninguém estava preparado.
A espécie humana que sempre se julgou dona do planeta  e de determinar o seu destino e dos outros seres, debate-se  com o ataque de um organismo microscópico, um vírus que já infectou mais  dez milhões de pessoas e causou a morte de mais de meio milhão (quando comecei a escrever o post, no fim de junho eram estes os números)!
E nada aponta para que o fim esteja à vista.
É como se a Terra nos dissesse que pode bem continuar sem nós!
Mais uma espécie, menos uma, na história da Terra não fará diferença  e muito menos para o Universo...
Nem num filme de ficção este cenário dantesco foi previsto.
Num mundo tão desigual e divido sempre pensei o que nos iria unir em termos de espécie humana seria algo como  o aparecimento de uma nave especial cheia de extraterrestres com ideias mais ou menos invasivas! Largaria sobre o planeta um tipo de vírus que cirurgicamente mataria a maioria da espécie humana e deixaria intactas as estruturas produtivas e o resto dos seres vivos e recursos do planeta.
 Isto é a mistura de muitos filmes de ficção científica feitos nos últimos anos.
Mas o inimigo não veio de fora.
Já cá estava, esteve sempre (???) e silenciosamente, sem ninguém dar por isso (e os que sabiam, calaram-se) emergiu do mundo microscópico um vírus que se foi instalando sem deixar rasto visível  pois a morte por infecções respiratórias sempre aconteceu...
Só quando o número de infectados já era tão evidente que não se podia esconder a causa, se teve que anunciar ao mundo a sua existência e consequências nefastas para os humanos!



Ao princípio ninguém ligou muito.
Era uma doença que estava  acontecer numa zona localizada, longe, longe ...
Não chegaria à Europa, muito menos à América!
Mas a mobilidade da população  transportou o vírus pelo mundo.
Era uma doença que só iria matar os velhos e mais vulneráveis com outros problemas de saúde associados.
Como se fosse uma espécie de eutanásia microscópica e uma poupança de recursos nos sistemas que asseguram a  reforma dos velhos.
Alguns pensaram que ficariam os mais novos, saudáveis e os humanos iriam melhorar geneticamente em termos de raça!
Houve quem não se importasse com a VIDA e decidisse que quantos mais se contaminassem melhor!
Mas a maioria dos países europeus não pensou assim e os sistemas públicos de saúde sempre tentaram dar resposta a uma situação grave e inesperada e à população  foi dito para ficar em casa.
Foi assim, em Portugal,  parte de Março e  nos meses Abril e Maio.
Informações um pouco contraditórias, deve-se usar máscara, não se deve usar máscara... 
Também o que se sabia sobre o vírus era muito pouco!
As máscaras e o álcool praticamente desapareceram do mercado para voltarem pouco depois a preços muito mais elevados...
E nós ficámos em casa! 
Tivemos essa sorte.
Mas muitos tiveram que estar na linha da frente para tratar dos doentes, assegurar a alimentação, cuidados de saneamento...
E dizia-se que o vírus era democrático, não escolhia classes sociais, velhos ou novos, ricos ou pobres... Talvez seja um pouco verdade mas as desigualdades acentuaram-se entre os que passaram o confinamento  numa casa com 200 metros quadrados, piscina e jardim  e os que estavam engaiolados num bairro social, num apartamento com 50 metros quadrados, sem varandas, com 2 ou 3 janelas e várias pessoas a viverem amontoadas.
Milhares de vidas se perderam e a família nem se pôde despedir dos entes queridos.
Haverá  sempre um luto por fazer.

Dizia-se "Vamos ficar todos bem!" 


Claro que não vamos ficar todos bem!
Nada vai ficar igual e muitos vão ficar mal!
O mundo mudou, nós mudámos (será que mudámos?)
O mundo dos humanos abrandou  um pouco.
Na Terra, o ritmo de vida dos outros seres continuou.

As flores surgiram, os insectos polinizaram, cresceram frutos, surgiram sementes...



Os rios continuaram a correr para o mar (agora um pouco menos poluídos).


O sol "nasceu" e "pôs-se" todos os dias!



Mas o vírus expôs as fragilidades de milhões de pessoas e as desigualdades sociais  são ainda mais evidentes em todo o mundo.
Estamos em Agosto de 2020.
Centenas de milhares  já morreram e esse número continua a aumentar!
Já está muito perto de 20 milhões, o número de infectados!
Cada país tenta recomeçar a actividade económica mas o número de desempregados não pára de aumentar. 
Em Portugal estamos fortemente dependentes do turismo e das exportações, e a crise económica e social que se  adivinhava,  já se instalou  e alastra todos os dias.
A vida está a ser feita de pequenos avanços e muitos recuos.
Não podemos ficar à espera que "isto passe" para viver! 


O tempo não pára e nunca vamos recuperar o que deixarmos de viver!

Temos que viver este tempo de outra forma, com os cuidados necessários, por nós e pelos outros...






E manter a esperança  que 2021 vai ser diferente, vai ser melhor!



Mena

A primeira e a segunda  fotografias foram retiradas da net. Não sei quem são os autores. Se pretender que sejam retiradas é favor avisar pelo mail. Obrigada