sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Outono

É Outono!
As folhas bailam no ar
Ao sabor da brisa outonal
E caem numa chuva de cores douradas.
Na terra que vai esfriando
Adormecem sementes
Sonhando com promessas de Primavera!
Em nós maiores de sessenta
Muda mais uma folha da página do tempo...
Outono, tempo de reflexão!
Com esperança vamos enfrentar mais um Inverno
Para renascermos nas manhãs de Primavera.
                                                                                 Mena

auto-retrato de Outono



quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Outono

OUTONO
Desfolham-se as árvores
E as folhas, voando,
São aves ao vento.
Desfolham-se as árvores

E as folhas, caindo,
São tapetes no chão.


Desfolham-se as árvores
E os seus braços, nus,
Pedem um cobertor
De nuvens.

                                                                                     
Poema de Luísa Ducla Soares
 A primeira fotografia é de uma pintura de Amália Coelho.


terça-feira, 26 de setembro de 2017

Outono



Chegou o Outono com a sua luz dourada a iluminar os nossos dias!

É Outono em nós!


segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Cais Palafítico da Carrasqueira

Porto Palafítico da Carrasqueira

Há muito tempo que ouvíamos falar deste porto palafítico que é considerado único na Europa. Andávamos com curiosidade de visitar este lugar especial que fica situado na aldeia da Carrasqueira, no distrito de Setúbal, a poucos quilómetros de Alcácer do Sal e da aldeia/praia da Comporta.
As fotografias que víamos eram espectaculares, com os barcos reflectidos na água do rio e iluminados pela luz do pôr-do-sol!
Mas, das vezes que tivemos oportunidade de o visitar, o céu estava nublado, a maré estava baixa, os barcos assentes no lodo e por todo o lado havia redes velhas, plásticos e madeira a apodrecer! Faltou-lhe um pouco do brilho e colorido que esperavamos mas, ainda assim, valeu a pena! 



Os cais estão construídos sobre estacas de madeira enterradas no lodo e as passadeiras irregulares são feitas com madeiras de proveniências variadas. São centenas de metros, num quase labirinto que parece continuar a cumprir a função inicial de permitir que os pescadores tenham acesso aos barcos, sobretudo na maré baixa, quando estes ficam assentes no fundo lodoso do rio Sado.


O porto começou a ser construído, com engenho e arte, na década de 50 do século passado, por uma população com muitas necessidades e que viu no rio uma forma de ganhar o seu sustento. Foi por absoluta necessidade que aconteceu assim, não foi uma escolha! Quem havia de dizer que este porto palafítico se tornaria numa atracção turística, sendo visitado por milhares de pessoas durante todo o ano!




As redes e apetrechos de pesca são geralmente guardados em pequenas casas de madeira, algumas delas coloridas mas outras já muito deterioradas. Mas há redes e outros materiais espalhados um pouco por todo o lado…



A maré-baixa revela a parte menos bonita deste local… Há vários aspectos a melhorar para que este porto continue a ser um local de interesse turístico e continue a ser funcional.

Algumas zonas já estão a ser melhoradas, outras reconstruídas mas ainda há muito para fazer pois estas estruturas são de difícil conservação!



O sol a brilhar no céu azul e a maré cheia emprestarão um outro brilho e colorido a este local que, ao pôr-do-sol, deve ter outro encanto!
Mas isso ficará, para uma próxima visita com consulta prévia ao horário das marés! 
Os pescadores percorrem, com ligeireza, este labirinto de "caminhos" feitos de tábuas irregulares. Para os maiores de sessenta, sem grandes dificuldades de mobilidade, o percurso na fase inicial do cais é relativamente fácil, embora seja necessário estar muito atento pois os passadiços não são todos novos, alguns são muito irregulares e nem todos estão protegidos com postes laterais. É uma questão de equilíbrio, nem sempre fácil.





Na aldeia existem vários restaurantes onde poderá retemperar as forças com uma refeição de pescado da região. 




sábado, 16 de setembro de 2017

Alentejo

Sei de um lugar...


 onde o montado de (re)veste de cor-de-rosa

parece que é Primavera em Setembro!

O solo está coberto de plantas em flor
em tons de rosa, tão delicadas,
em contraste com as cores fortes
das árvores do montado 
que lhes dão sombra 
e as escondem como um tesouro!

 


Estas são as flores de uma planta silvestre, a Amarillys beladona,  vulgarmente chamada  beladona-bastarda.
Ao florirem em Setembro, é como se o Verão se despedisse de nós com um sorriso!
M.

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Açores

Já fomos aos Açores!


Foi  já depois dos sessenta anos que tivemos oportunidade de conhecer um pouco dos Açores!
 Só visitámos duas ilhas mas pela amostra, valem bem o título de Ilhas Maravilhosas.

 Lagoa das Sete Cidades

Esta lagoa situada na ilha de São Miguel, na freguesia das Sete Cidades, é o maior lago de água doce dos Açores. Fica situada na cratera de um vulcão adormecido com cinco quilómetros quadrados de diâmetro. Parece formada por duas lagoas que apesar de unidas, têm cores diferentes! Uma é azul e a outra é verde.





Conta a lenda que uma linda princesa (as princesas terão que ser sempre lindas e de olhos azuis!!!???) conheceu um pastor, nos seus passeios pelos campos da ilha. 
Apaixonados, encontravam-se todos os dias... Até que o rei soube e proibiu este romance, concedendo à princesa um último encontro para se despedir do pastor.
Na despedida, os apaixonados choraram tanto que das suas lágrimas nasceram duas lagoas: a lagoa azul das lágrimas derramadas pelos olhos azuis da princesa e a lagoa verde das lágrimas dos olhos verdes do pastor!
E as duas lagoas ficaram juntas para sempre!
Dizem as más línguas que como a lagoa azul é maior do que a lagoa verde, a princesa terá chorado mais, de desgosto de amor, do que o pastor...

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Rio de Onor


Aldeia de Rio de Onor

Esta aldeia foi eleita a sétima maravilha na categoria de "Aldeias em áreas protegidas" (2017). É uma aldeia raiana do concelho de Bragança com 44,16 km² e 76 habitantes.





 O casario dispõe-se em duas ruas principais que ficam paralelas ao rio.


A Igreja Matriz fica logo quase à entrada. É só passar  a ponte  e seguir pela rua empedrada...







As ruas são empedradas e as casas construídas maioritariamente com xisto.

















Há muitas casas abandonadas mas também há algumas a serem restauradas de acordo com a tipologia e materiais da região.





As casas tradicionais são compostas por dois andares:no primeiro andar mora a família e no andar de baixo fica o gado e guardam-se os cereais e os produtos da terra.





 As aldeia pareceu-nos quase deserta e o silêncio chegava a ser incómodo. Apenas alguns sinais nos fizeram pensar que ali vivia gente: a roupa  a secar nos varais, alguns automóveis estacionados e as plantas em flor que enfeitavam algumas varandas e entrada das casas.

Na nossa breve visita pela aldeia, avistámos  quatro habitantes.


O rio Onor é presença constante que marca a vida das gentes e embeleza a aldeia. 





Para além das nossas vozes, o cantar da água e das aves foram a nossa companhia nesta viagem pela aldeia... Nem cão, nem gato se vislumbraram!



"Rio de Onor é atravessada a meio pela fronteira internacional entre Portugal e Espanha, sendo para efeitos oficiais a parte espanhola distinguida como Rihonor de Castilla, e sendo ambas as partes conhecidas pelos seus habitantes como "povo de acima" e "povo de abaixo", não se distinguindo assim de facto como dois povoados diferentes." 


Este castanheiro, já bem sénior, fica na fronteira com  Espanha

 O nosso grupo de seniores,em 2015,com um pé em Portugal e outro em Espanha!



Vamos ficar com a ilusão de que Rio de Onor “subsiste ainda como aldeia comunitária. Este regime pressupõe uma partilha e entreajuda de todos os habitantes, nomeadamente nas seguintes formas: partilha dos fornos comunitários; partilha de terrenos agrícolas comunitários, onde todos devem trabalhar; partilha de um rebanho, pastoreado nos terrenos comunitários”…
Não sabemos se teremos oportunidade de voltar a Rio de Onor!
À medida que os anos passam, as distâncias parecem ficar maiores e mais difíceis de vencer, mesmo bem acomodados e a viajar em grupo. Num país tão pequeno, a certa altura fica tudo tão longe e os mais de 600 km até lá, são muitos km! Quando saímos do autocarro,  a um doíam-lhe os joelhos, ao outro doía-lhe a coluna e em conjunto doía-nos tudo, menos a alma! Mas o interesse e entusiasmo de conhecer a aldeia eram grandes!
Valeu a pena esta visita que foi muito breve para o que havia para desfrutar...
Ficou ainda muito por ver e sobretudo por conhecer das  gentes e costumes de Rio de Onor!
Mas, se calhar, já nada é como era: em Rio de Onor e em nós!

"Todo o mundo é composto de mudança".