sexta-feira, 1 de março de 2019

Alentejo

Alentejo

Aqui, na margem do lago formado pela barragem, tudo é relativo...


Não chegam ecos do mundo em convulsões e os sons que se ouvem são dos chocalhos das ovelhas e cabras que comem vorazmente a erva verde que cobre os campos. 

De vez em quando a pastora grita com a Bonita  (olha o teu filho na água!), chama a Branquinha, a Mimosa e o Barbudo.
As espaços, abre um banquinho, senta-se a comer a merenda e vai deitando o olho ao seu rebanho.


Quando o rebanho começa a afastar-se, lá vai ela atrás deles, de banco às costas.
Acena na curva do caminho e grita:
-Estou a fazer a minha caminhada mas eles correm mais do que eu! 

No ar ficou, durante algum tempo, o som dos chocalhos.

Um peixe saltou fora de água para apanhar algum insecto.
Uma garça -real pousou na margem e vai avançando lentamente pela água.

Um casal de águias plana vigilante...
As margaça-de-inverno e a grizandra estão em flor.


Ficámos ali, nem sei quanto tempo!
Como se fosse outra realidade, o tempo é vivido de  outra maneira...


2 comentários: