segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Outono

Outono no parque


Um passeio pelo parque num domingo cinzento, à procura das cores de Outono.

Voltámos no dia seguinte e nada era igual. Nem no parque, nem em nós!



 Nestes dias de Outono, destacam-se os tons de verde da folhagem das árvores e arbustos de folha perene em que não há alteração na cor das folhas ao longo do ano, como é o caso do pinheiro, da oliveira, do pimenteiro-bastardo, do cipreste, do  sobreiro, do medronheiro...

As folhas verdes do pimenteiro -bastardo contrastam com o vermelho dos frutos


Um dos poucos sobreiros do parque que sobrevive à rega excessiva (por causa  da relva que cobre grande parte do solo) exibe a sua folhagem verde durante todo o ano.
Outros sobreiros não tiveram tanta sorte e já morreram ou estão a morrer "afogados"!



Os medronheiros mantêm a sua folhagem de cor verde durante todo o ano.

No meio da folhagem verde sobressaem os medronhos quase maduros.


Os arbustos estão cheio de flores, promessa de frutos para o próximo ano.



As fortes chuvas dos últimos dias fizeram cair os medronhos maduros. Uma pena! 
Mas também vão ser a alegria da passarada, coelhos e outros  animais que por lá passeiam e os vão comer!


Dezenas  e dezenas de oliveiras, que já habitavam este terreno antes do parque, mantêm o verde da folhagem todo o ano mas agora estão cheias de azeitonas maduras que se espalham  pelo chão.



Estas oliveiras, algumas delas seculares, são do tempo em que as oliveiras tinham tempo e espaço  para crescerem e serem árvores de verdade! Nada que se compare aos arbustos atarracados dos olivais intensivos...

 Se não as protegermos irá perder-se um valioso património natural já que,  nos olivais intensivos, as oliveiras não vão ter tempo nem espaço para crescer ...
E há quem  cobice e compre estas "velhas" árvores a bom dinheiro (entre 1500 a 3000 euros cada). 
Alguns particulares estão  a vender as "nossas" oliveiras seculares para "as arábias" para decorarem os jardins no alto das faustosas torres habitacionais ! 






Quanto vale uma árvore que levou centenas de anos a crescer? 
Há coisas que o dinheiro não devia poder comprar...

 Mas estas oliveiras  aqui estão a salvo... Quero acreditar que estão!




Mas viemos ao parque à procura das cores de Outono e já as vislumbrámos...

Nas árvores como a catalpa, o choupo, o bordo, o lodão, a mélia, o plátano e outras de folhagem caduca que há no parque, o Outono manifesta-se pela alteração da cor das folhas e pela sua posterior queda. 





A altura em que surgem as cores de Outono, nas várias espécies de árvores de folhagem caduca, varia de ano para ano e depende muito do tempo que fizer, sobretudo da intensidade da luz e da temperatura.

A diminuição da temperatura e do período de luz faz com que as folhas iniciem o seu  processo de transformação,  já que a produção de clorofila diminui e acaba por parar.
As folhas perdem a sua cor verde, começando a notar-se as outras cores, como o amarelo  ou vermelho.







 Os dias mais curtos e frios de Outono são um indicador  para  a árvore  terminar a produção da clorofila responsável pela cor verde das plantas e pela fotossíntese.  Então as folhas começam a mudar de cor e tornam-se  visíveis os pigmentos amarelos ou vermelhos (que sempre lá estiveram). Termina também o fornecimento de água e nutrientes às folhas. Sem alimento, as folhas começam a morrer, desprendem-se e são levadas pelo vento ou caem no chão formando um tapete colorido que estala debaixo dos nossos pés.



Tanta matéria orgânica em decomposição, a enriquecer o solo, é propícia ao aparecimento de cogumelos. E lá estavam eles...

E lá ficaram!




As árvores levam alguns meses a perder as folhas mas 24 horas na vida de um cogumelo é muito tempo!











No final do Outono, as árvores de folha caduca acumulam os nutrientes nos ramos, tronco e raízes e isso permite-lhes sobreviver.  






As   árvores de folha caduca "adormecem" até  que a Primavera as desperte... 
A Natureza segue o seu rumo e, embora nem sempre seja visível para nós, tudo se transforma em cada dia. 

A passagem do tempo para nós (maiores de sessenta) é um conceito complexo (pensamos muito mais nele) e cada vez mais fugaz mas a Natureza não tem pressa! 

Os passeios pelo parque são momentos de descoberta de tanto que a Natureza tem para nos oferecer, se estivermos atentos...

Agora é tempo de apreciar o Outono no parque e em nós!




R&M

2 comentários:

  1. Maravilhoso olhar sobre o nosso parque e alguns dos seus habitantes vegetais! Muito obrigada pela partilha!

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  2. Parabéns pelos textos e pelas imagens captadas! Tens sempre um olhar diferente para nos revelar sobre espaços e tudo o que te rodeia, por mais vezes que as tenhas já fotografado ou falado acerca...
    Beijinhos

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